Câmara aprova mais de 200 leis em 2025, mas quem vai fiscalizar?

Enquanto o Legislativo avança com projetos, São Paulo mergulha em um colapso de fiscalização. CET, SPTrans e Fiscais de Posturas atuam com número insuficiente. O risco é que as leis continuem apenas no papel.

A Câmara Municipal de São Paulo encerrou o primeiro semestre de 2025 com a aprovação de mais de 200 projetos de lei. Foram votadas propostas sobre silêncio urbano, mobilidade, obras, zoneamento e uso do solo.

Mas surge a pergunta central: quem vai garantir que essas leis sejam cumpridas?

🚨 FALTAM FISCAIS

A cidade está sem estrutura para aplicar as leis que produz:

CET sofre com falta de agentes nas ruas.

SPTrans enfrenta dificuldade para conter o transporte clandestino.

Apenas 464 Fiscais de Posturas estão em atividade de fiscalização propriamente dita, embora o quadro legal seja de 1.201.

Desses, só 31 atuam no PSIU, que combate o barulho na cidade.

📏 1 fiscal do PSIU para cada 387 mil pessoas

📍 1 para cada 40 km²

É como se cada uma das seguintes regiões tivesse apenas um único fiscal do barulho:

Sé – ~38 km²

Lapa – ~32,7 km²

Mooca – ~35,1 km²

Campo Limpo – ~35,6 km²

Pinheiros – ~32,1 km²

Santana – ~31,0 km²

⏳ Situação pode piorar

Além disso, 96 fiscais estão em abono de permanência, ou seja, já podem se aposentar a qualquer momento.

A cidade está perto de um apagão de fiscalização.

📜 E a LDO?

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 prevê o fortalecimento do PSIU,

mas:

Não detalha quantos fiscais serão contratados

Mais de 300 aprovados em concurso seguem esperando nomeação

E nenhuma reposição foi planejada para os 96 em abono

❗ CONCLUSÃO

“Criar leis é importante. Mas fiscalizar é essencial. Sem fiscais, as leis são letra morta.”

Enquanto a cidade legisla, a desordem cresce.

É hora de exigir estrutura e nomeações já.

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